É preciso entender bem o espírito dos evangelhos, Isto é, o porque eles foram escritos, o objetivo do autor. Cada um dos evangelistas tem uma intenção e muitas motivações para escrever sua obra. A Igreja primitiva recolheu os livros que vinham dos apóstolos e que contêm o que eles receberam de Jesus. São esses que o magistério da Igreja reconhece como os únicos inspirados e nos apresenta como fundamento da nossa fé. O Concílio Vaticano II nos diz que, em todas as suas fases, o Evangelho foi sempre uma "pregação", sem a preocupação historiográfica dos historiadores, que querem apresentar um acontecimento a partir das provas que tem do mesmo. O pregador apresenta fatos passados, mas trazendo um ensinamento que responde aos desafios e às questões da realidade vivida pela comunidade. Na pregação, os destinatários da mensagem são aqueles que a ouvem, em qualquer tempo e lugar. Vamos ver agora um esquema que mostra bem a composição dos evangelhos de Marcos, Mateus e Lucas: |
Nesse esquema podemos ver que o Evangelho de Marcos foi escrito antes de Mateus e Lucas, e serviu de fonte para eles. Podemos ver também a relação entre os evangelhos de Mateus e Lucas e suas fontes. O evangelho de Mateus possui 600 versículos paralelos ao evangelho de Marcos, 230 versículos provenientes da Fonte Q, e que são paralelos a Lucas, e 238 versículos de fonte própria. O evangelho de Lucas possui 330 versículos paralelos a Marcos, 230 provenientes da fonte Q, que são paralelos a Mateus, e 589 versículos de Fonte Própria. É devido a essa semelhança entre os evangelhos de Marcos, Mateus e Lucas que eles são denominados Evangelhos Sinóticos. A palavra "sinótico" vem do grego syn-ótikos, que significa "visão de conjunto". Os três evangelhos têm a mesma ordem de conteúdo, dividida em quatro partes:
O Evangelho escrito por João, ao que tudo indica, não segue as mesmas fontes e nem o mesmo esquema, motivo pelo qual é estudado separadamente. |
EVANGELHO
O Espírito dos evangelhos
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